Esse post é um complemento ao post de Puerto Varas, cidade da qual parte esse passeio que é a primeira parte do Cruce Andino.
O Cruce Andino é a travessia por navegação que cruza a Cordilheira dos Andes conectando Puerto Varas no Chile a Bariloche na Argentina.
A empresa que faz o Cruce Andino oferece o passeio de Puerto Varas a Peulla, o qual se vai e volta no mesmo dia, ou também se pode ir adiante a partir de Peulla até Bariloche cruzando mais dois Lagos e trechos por terra. Esta opção custa cerca de USD 280. É possível inclusive fazer o primeiro trecho até Peulla e por lá pernoitar uma noite e no dia seguinte seguir a Bariloche.
Peulla é um minúsculo povoado de apenas 120 habitantes, 10 gatos e 4 cachorros. Nadamás!
Nós escolhemos a opção de ir até Peulla e retornar no final do dia; excelente negócio pois esta é a parte maior de cruzeiro e queríamos muito atravessar a cordilheira por terra; então para ir a Bariloche fomos de bus (já tem post disso e inclusive tem dois posts de passeios a fazer em Bariloche outro da cidade de Bariloche, querida eu né?!).
Nessa opção o passeio tem uma atração adicional que é a visita as cascatas do Rio Petrohué, isso antes de pegar o catamarã e iniciar navegação no Lago Todos Los Santos, que é o que há de mais bonito no circuito dos Lagos Andinos.
Então se for conhecer o norte da Patagônia este é um dos best seller dos passeios.
Foi muito legal navegar avistando as cordilheiras. Em nossa estadia em Ushuaia em 2014 fizemos um passeio de barco até a Pinguinera, bem bacana, porém não tão bonito quanto esse, deslizando sobre essa água turquesa que é o Lago Todos Los Santos!
O valor do passeio é cerca de R$ 225,00 incluindo o catamarã e o transfer, sendo os custos com as atrações a parte. Mas ir a Puerto Varas e não fazer este passeio seria um desperdício, então esquecemos os custos e aproveitamos.
A empresa que faz o Cruce Andino teve como seu fundador um alemão de nome Don Ricardo Roth Shulz, que começou fazendo turismo por lá no ano de 1907. O cara teve a brilhante ideia de inventar esse roteiro que cruza os andes chilenos até a Argentina. Assim estruturou a pequena cidade de Peulla para o turismo, colocou um hotel e hoje penso que se não 100% da cidade, mas sim 99% da cidade trabalha para a empresa do alemão.
O passeio foi adquirido pelo Decolar e não adianta procurar pesquisar pois não existem outras empresas que o façam. Porém, antes de comprar esse passeio fique atento a previsão do tempo pois nessa partezinha do Chile chove cerca de 200 dias por ano. Pôde-se comprar uns dias antes pela internet e não é necessário levar nada impresso.
Nós tivemos muita sorte, fez um belo dia de sol.

Segue relato da navegação e de uma aventura 4×4 na “selva” de Peulla num belo dia de sol:
Iniciamos passeio no centro de Puerto Varas de bus e no caminho avistamos alguns vulcões, dentre os quais o vulcão 🌋 Cabulco que teve a última erupção em 2015.

Também se tem vista ao Vulcão Osorno grande parte do caminho.
A primeira parada foi no parque dos saltos de Petrohué. A entrada no parque custa 4 mil pesos chilenos e não está inclusa no pacote de navegação, é opcional.



Essa parada foi muito rápida e para ver os 3 pontos principais da trilha são necessários 30 minutos ao menos. Nós tinhamos apenas 20 minutos, porém como havia fila para comprar o ingresso o guia de um outro ônibus anunciou que poderíamos ficar mais 10 minutos e então como os ônibus que estavam lá eram todos da empresa do Cruceandino, achamos que estes 10 min. a mais também eram para nós já que o barco seria o mesmo. Ledo engano. Fomos os últimos a chegar no ônibus e levamos um xingão da guia. Então, com todos os outros passageiros olhando feio para nós, partimos no onibus até o porto onde o catamarã nos aguardava.



Avistamos o rio turquesa! Tão lindo que até a câmera frontal não estragou a foto (odeio a câmera frontal do celular. Alô Apple, me manda um celular novo que conto aqui como são bonzinhos!) heheh
A placa avisa do perigo de se banhar por ali, penso que um dos maiores perigos seria o congelamento instantâneo rsrs.

Depois de 30min pelas trilhas do parque embarcamos no bus novamente e chegamos ao ponto de partida do catamarã.

Embarcamos e fomos em direção a Peulla. No caminho ficamos diante do vulcão 🌋 mais bonito da região, o Osorno. O mesmo que já se vê em Puerto Varas, mais muito distante.
Um pouco mais à frente avistamos o vulcão 🌋 Pontiagudo.

Passamos por várias ilhas e em uma delas um pessoal nos alcançou com uma lancha para pegar uma encomenda que o catamarã trazia; foi nos explicado que ali naquela ilha vivia uma família e como ficam totalmente isolados por terra usam da boa vontade da empresa dona do catamarã para receber seus viveres.
Na volta, uma pessoa da familia embarcou no catamarã trazida pelo pequeno barco que nos alcançou.
Essa família vive nessa ilha a dezenas de anos, antes mesmo da colonização do lugar e por direito permaneceram ali e se tornaram donos do lugar.


Ah…não deixe de comprar um boné desses, não é caro, fica algo como R$50,00. Se compra no barco mesmo e depois ele é muito útil e necessário para um dia de sol em Peulla.
E depois de 1:45h de navegação chegamos a pequena Peulla.
Descemos do catamarã e quem estava fazendo o Cruceandino completo seguiu com um ônibus até o outro lago de onde sai o próximo catamarã em direção a Bariloche.


Chegando em Peulla tem-se a opção de pegar um ônibus para ir até o hotel/restaurante onde se almoça e de onde partem os passeios. Mas, decidimos aproveitar o tempo bom que fazia e fomos caminhando. Valeu muito esse 1km de caminhada pois tivemos a oportunidade de ver paisagens muito diferentes do que já tínhamos visto, uma vista de pantanos.


A caminhada leve valeu muito pelas paisagens que fomos avistandp até chegarmos no “centro”.
Fomos até o restaurante (único de Peulla, que fica no hotel). Aliás, Peulla é assim mesmo, tem uma coisinha de cada, hehe, e tem coisa que não tem por lá. Por exemplo, não existe nenhuma loja de roupas ou coisa do tipo, dizem ser o paraíso dos maridos… achei engraçado e machista.hehehe

Sobre o restaurante, o almoço até que não é tão caro, considerando que é o único lugar para comer por lá. Para se ter uma idéia, o almoço para duas pessoas sai por uns R$ 120 com bebida.
Também tem um quiosque que vende sanduíches naturebas.

Você também pode levar seu próprio lanche e comer na pracinha do lado do quiosque.


Depois de almoçar poderíamos optar por fazer uma aventura até o horário da partida de volta do catamarã. Optamos por um safári 4×4 pelos arredores de Peulla. O custo do safari foi de aproximadamente R$ 100,00 (não está incluso no passeio travessia cruce andino e se pode adquirir no catamarã). Também há outras opções de passeio, abaixo fotos dos folders.
Então, na frente do hotel tomamos o nosso 4×4 e iniciamos o safari por Peulla:


O 4×4 vai parando em alguns lugares para foto, o guia fica explicando sobre a vida em Peulla.

Foi bem bacana a volta que demos por lá, principalmente a paradinha no zoo fazenda.
Olha as figuras que conheci por lá:


Depois fomos até uma cachoeira, mas o legal de todo o passeio é avistar o vale em meio a cordilheira.


Eu na esperança de ver uma puma🐾. A cada pouco o guia falava no rádio amador a palavra “ puma “, então eu ficava toda animada e por fim, nada…
Fim do passeio, desço do 4×4 e reparo no que estava escrito nele: carro Puma.

E assim seguimos depois de um dia de boas experiências patagônicas tomamos novamente o catamarã e retornamos pelo lago.

Retornamos a navegação e fomos nos deliciando com as vistas novamente dos vulcões em meio as cordilheiras.



Encerro esse post e encerro também esta saga Patagônica. Uma viagem maravilhosa, realizada agora no final de 2017. Foram dias lindos e por isso gostei tanto de compartilhar com vocês Fridinhos e Fridinhas.
São 11 posts do norte e mais uns quantos do sul da Patagônia (viagem de 2014), fique a vontade em desbravar e se surgir dúvidas sempre estou a disposição.
Grande abraço.
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