Então, seguindo minha ideia de desbravar os cânions, primeiro tendo a vista de cima, no cânion Fortaleza, agora o que faltava era conhecer por baixo, ou melhor, “por dentro” os cânions; Sim, isso é possível; Para tanto é necessário descer até a cidade de Praia Grande, já em Santa Catarina e fazer a Trilha do Rio do Boi, que adentra 7 km no fundo dos cânions.

O sol nascendo na fazendinha, nos Campos de Cima da Serra, saindo do Rancho Tropeiro onde nos hospedamos e recomento, veja no link abaixo:
https://fridaviaja.com/2020/02/22/rancho-tropeiro-em-cambara-do-sul/

Como estávamos em Cambará do Sul chegamos à Praia Grande pela RS-427 (39km, 1h15 do centro de Cambará), uma estrada de chão com muitas pedras; Aconselho bastante calma e cuidado no trajeto pra não ter nenhum problema, principalmente quando estiver descendo a Serra do Faxinal (últimos 7 km).

Chegamos no centro de informações de Praia Grande às 07:30 da manhã onde tínhamos marcado de encontrar o guia que nos levaria a Trilha do Rio do Boi; assinamos um termo de ciência que o parque exige e também deixamos nossa carteira de identidade a qual retiramos no final da trilha.
Também foi nos dado caneleiras para ajudar na proteção nas pedras e de um possível encontro com bichinhos durante a trilha.
Endereço do Centro de Informações: SC 290, 331 Centro Praia Grande
Dali já seguimos de comboio com o grupo dos guias Gisa e Cristiano; andamos 12 km até o estacionamento do Parque Nacional Aparados da Serra por uma estradinha de terra bem tranquila.
Inciamos a trilha por volta das 9 h da manhã e retornamos às 16 h. O percurso de 14 km de ida e volta leva de 7 à 9 horas, dependendo do preparo do grupo. Achei interessante que o pessoal faz um filtro e faz grupos de acordo com idade e disposição. Fiz a trilha com um grupo mais jovem e levamos 7 horas no total, mas há grupos que levam até 9 horas.
Os primeiros 3 km são os mais puxadinhos, onde caminhamos pela mata morro acima; para esse trecho você deve levar água, depois disto se pode pegar água do rio, que é potável.


No caminho passamos por várias cachoeiras e piscinas naturais. A água cristalina faziam as pedrinhas coloridas de basalto brilharem e encantarem nossos olhos.
As paradas para banho em cachoeiras e poços são a alegria da galera, curtição e descanso.




Durante o trajeto fizemos algumas paradas para tomar água e os guias aproveitavam para nos explicar sobre o lugar.

Sobre a geografia do local: na época da separação dos continentes (Pangeia) houve uma fissura na crosta terrestre que ocasionou o derramamento de magma (lava) que quando resfriou se tornou um basalto que existe por toda essa região atualmente; Assim, em Cambará do Sul há uma grande concentração de basalto que ao longo de milhões de anos com a ação da água (rio) correndo sobre ele foi “abrindo” a fissura que hoje são esses imensos paredões de até 1.167 metros de altura.
Outra curiosidade sobre, é que a localidade já foi habitada e quando o parque foi estabelecido haviam cerca de 30 famílias no local, com escola e tudo e o comércio funcionava por tropeiros que ali passavam, mas quando teve uma enchente grande essas famílias resolveram abandonar o local e apenas um senhor ainda hoje mora ali.

A dificuldade da trilha é de média a alta por conta das pedras e travessias no rio (são 22 travessias no total); precisa-se ter cuidado o tempo todo para não resvalar, mas naquele dia não vi nenhum incidente, então é só ter um cuidado à mais quando estiver nas pedras e curtir ao máximo.
Nas travessias no rio dávamos as mãos para evitar de escorregar e nos pontos onde o rio era mais alto ajudava para lidar com a correnteza.
Sobre a segurança: caso alguém se machuque, se for algo leve os guias ajudam; se for algo a deixar a pessoa sem poder andar, o povo revesa e levam de maca; mas, se houver risco de morte chamam até o helicóptero dos bombeiros.
Para fazer a trilha a idade aconselhável é a partir de 14 anos (em alguns casos até 12 anos, depende da criança) e a idade máxima não existe, depende da disposição de cada um; vi um grupo de senhorinhas fazendo a trilha cantando, levaram um tempinho maior mas se divertiram com segurança.
Roupas e calçados: até levei uma segunda muda de roupa na intenção de trocar depois do banho, mas se fosse o caso teria que levar umas 5 mudas pois são várias paradas pra banho durante a trilha, então seria ridículo perder tempo se trocando e também de nada adiantaria pois os pés ficam molhados todo o tempo, já que a maior parte da trilha é dentro do rio. O que eu recomendo: tênis firme e antiderrapante (para as pedras) e roupa confortável; No verão: top, regata, calção… No inverno, já diria ser legal roupas de neoprene as quais mantém a temperatura do corpo.

E no final do trajeto, de onde começamos a voltar se tem a melhor vista da trilha, se vê uma frestinha entre os paredões que é exuberante. Por ali fizemos uma parada para o lanche.


Essa trilha só pode ser feita com guia e é preciso fazer agendamento prévio pois há um número máximo de pessoas que é permitido entrar no parque por dia (em torno de 150 pessoas) e geralmente lota heim… tentei por três vezes até conseguir.
O valor que pagamos foi de R$ 90,00 (já incluso a entrada no parque) e é pago no dia para o guia.
Canyon e Aventura Operadora de Ecoturismo, contatos abaixo:
Gisa : (48) 9165 3848
Cristiano : (51) 9752 3393
A nossa experiência foi tudo bom, nos divertimos ao conhecer esse ponto turístico do nosso Brasil!

Para quem não dispõe de um dia todo para a trilha ou até mesmo não quer fazer muito esforço, há a Trilha das Piscinas naturais do Malacara que dizem ser muito bonita e os guias que mencionei acima também fazem este outro parque, custa R$ 60,00 e dura no máximo 3 horas.
Até mais Fridinhos!
Que lindas ficaram as fotos! ❤
Saudade amigaa!!!
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Obrigada Nena. também tenho saudades!! kussia
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