O intercâmbio diria que foi a melhor coisa que fiz na vida ou foi a que me levou a fazer as melhores coisas na minha vida.
Era 2009 e eu estava num processo de luto desde 2006 e não via mais saída a não ser uma grande mudança para reaprender sobre felicidade e contentamento. Como não estava trabalhando no que desejava para a vida profissional e engatinhava na faculdade que também não tinha certeza de que seria a certa para meu perfil, fui em busca de um intercâmbio.
Hamburg por mim
Sou de origem alemã, alemão é a minha primeira língua, então conversei com uma prima e amigas que fizeram o mesmo e decidi que a Alemanha seria meu destino. Na época havia uma agência de Au Pair em Nova Petrópolis (cidade pertinho da minha) então contatei eles e depois de 7 meses de preparação estava embarcando para Hamburgo. Esse tempo foi necessário para encontrar uma família, fazer passaporte, visto e acredito que deixam um tempinho até para amadurecer a ideia (o qual no meu caso não foi exatamente o suficiente, se eu tivesse ido mais preparada teria aproveitado mais).
Diria que a melhor dica para quem faz um intercâmbio é ir bem preparada e não aceitar nada diferente do que está nos papéis; por exemplo: sai do Brasil com a ideia de uma uma carga horária de 6 horas diárias e duas folgas semanais, o que seria suficiente para que pudesse estudar, mas não foi o que aconteceu. Negociar isso em uma língua que eu não dominava bem (meu alemão é o do Sul da Alemanha e eu estava no Norte) e numa situação em que você está abrigada nessa casa e o mundo lá fora é desconhecido… não é fácil.
Outra dica sobre au pair: nunca aceite ser “treinada” pela au pair que está se despedindo, com certeza ela ficará enciumada a ao passar o bastão do amor das crianças. E uma última dica, vá com a vida resolvida, sem deixar namoradinho esperando, para você poder curtir todas as oportunidades e não ter ansiedade por voltar, tem que ir para viver intensamente o presente.

O que é e como funciona o processo de Au Pair:
A vivência de imersão em outro país, com a troca de um brasileiro vivendo no exterior e um estrangeiro vivendo no Brasil por um determinado período é chamado de intercâmbio, agora quando trata-se de ir viver em outro país a fim de trocar moradia e estudo por cuidar de crianças é o que chamam de au pair.
O processo inicia quando você se cadastra em uma agência a qual faz a função de encontrar famílias e au pairs, ambos pagam por esse serviço. Na época que fui, a internet não era tão ampla ao ponto de eu me inscrever por ela e fazer todo o processo por ali, então fui até uma agência e fiz o cadastro e tudo mais. Essa agência fez toda a parte burocrática (agendou visto e passaporte) até mesmo comprou as passagens, estava tudo no custo, na época foram +- 10 mil reais (hoje seria mais ou menos o dobro disso mas os tempos são outros)
Chegando na Alemanha, depois de um mês fui até a prefeitura para encaminhar o visto de um ano (o qual poderia depois estender por mais um ano), pois se embarca com um visto de 3 meses de permanência.
Sobre a escola, eu fui no intuito de estudar, primeiro fazer uma aperfeiçoação no alemão e depois alguns cursinhos que me direcionariam a alguma faculdade. Eu ganhava da família 400 euros, pagava exatamente isso para estudar e das minhas economias tirava os 50 euros os quais pagava o cartão de transporte público.
Como minhas dicas práticas estavam meio vencidas… conversei com uma amiga que mora hoje nos Estados Unidos e me passou as dicas de como fez no seu primeiro ano em que foi au pair lá; atualmente ela está como estudante e mora com uma amiga (que é o melhor passo para quem quer ficar mais tempo).
Quando ela foi por Au Pair contratou tudo pelo culturalcare.com que é um site para Au Pair nos EUA. Pagou 6 mil reais que incluía tudo, como passagem e papelada. E pelo relato dela foi muito tranquilo, era possível trocar de família caso fosse preciso. Então fica a dica para quem quer ir aos EUA.
Para outros países acredito que uma boa opção seja o aupair.com, mas diria o seguinte… não acredite cegamente em nada, afinal como você pode ver pela minha experiência que se precisa ir muito bem preparado e tendo um respaldo de uma agência para intervir caso seja preciso. Então, diria que a melhor opção é conversar com quem já foi por determinada agência e principalmente ir ciente dos seus deveres e direitos.
Eu mesma contudo, afirmo que foi a melhor experiência que tive, foi a chave de virada de minha vida, porque me descobrir sozinha em um país tão diferente do meu me tirou de qualquer zona de conforto e fez descobrir-me e enfrentar a vida de frente e principalmente tomar as rédias de meu destino.

Então, se você achou interessante, crie essa oportunidade para sua vida!
Kussia da Frida.
Deixe um comentário