Esta era a parada mais esperada da minha última eurotrip. Quem a descobriu e sugerio para o roteiro foi meu marido e após eu ver uma (apenas uma) foto, me apaixonei e já desejava pisar em Cesky.
Lembro-me da euforia que tivemos quando chegamos em Cesky, na primeira subidinha depois da rodoviária: – Oh que lindo, larga as malas e vamos bater umas fotos, porque aqui deve ser o cartão postal.
Depois da subidinha, começamos aí descer e logo descobrimos mais alguns postais, empurrávamos as malas (que naquelas alturas da viagem já estavam com as alças quebradas e com os 10 canecos que o Jackson comprou em Pilsen) como se elas fossem de pena, estávamos leves de tanto amor por Cesky. Não é atoa que Cesky tem o título de Patrimônio da Humanidade pela Unesco, muito merecido.
Uma dica sobre chegar em Cesky, não leve muitas malas, pois são 800 metros da rodoviária até o centrinho onde ficam as melhores hospedarias. E esses 800 metros são em meio a pedras e subidas, tipo Veneza, mas sem os carregadores de malas. Hehe
Em Cesky não poderíamos perder nem um minuto do clima medieval 🏰 romântico, sim romântico porque o nobre que fundou a cidade era incansável no amor, viúvo por três vezes já ele se casou novamente e quiz investir na felicidade de quem escolheu viver com ele, então ele mandou pintar o castelo 🏰 por isso a torre deste castelo é colorida, o que torna o lugar tão especial. Mas parece que essa esposa também veio a falecer anos depois, tadinho.
DICA DE HOSPEDAGEM
Bom, mas o amor no castelo e na cidade é contagiante, então queríamos nos hospedar em um lugar que não perdesse o encanto das ruas de Cesky, escolhemos a Penzion pod Radnicí, bem no centrinho (ladinho do castelo) que nos acolheu muito bem, com um café da manhã delicioso. A diária custou 57,60€ e contratamos pelo booking.


O que fazer em Cesky Krumlov:
Andar pelo castelo e por toda a cidade… enfim, não há lugares “não turísticos” na cidade, são dezenas de cantinhos dignos de postais.
O CASTELO DE CESKY:
A cidade medieval abriga um dos maiores castelos da Europa e ao meu gosto o mais lindo; seu estilo “barroco colorido” (barroco é o que prevalece, mas pode-se notar o gótico também. Como o castelo foi sendo construído a medida que as famílias de diferentes séculos assumiram, ele vai caminhando de acordo com a evolução da arquitetura). Isso faz com o castelo tenha um ar alegre e acredito que seja isso que o diferencia de tantos outros castelos.
Passear pelos jardins e todas as outras àreas externas é gratuito, mas há alguns tours guiados e pagos, como por exemplo tours de 1h que focam em diferentes areas do castelo. Você que escolhe onde quer entrar e explorar. Estes tours ocorrem só de abril à outubro, veja as informações no site do castelo:
http://www.castle.ckrumlov.cz/docs/en/atr3.xml
Acabamos preferindo percorrer as àreas externas por conta própria mesmo, pois fazia um dia lindo e eu queria dar a volta na cidade pelo rio também. Mas não deixe de subir na Torre do castelo, são 160 degraus mas vale muito a pena pois é uma vista bem ampla de toda Cesky. A visita a torre se encerra às 17h e a entrada custa o equivalente a 20 reais.
E assim como na maioria das histórias de povoados com castelos, a história da cidade começa a partir do castelo e essa não foi diferente. Um lord chado Krumlov entregou essas terras a uma família chamada Rosenberg, que então decidiu morar no local e construiu a primeira parte do castelo (que hoje é a parte principal, a torre colorida). Esse Rosenberg chegou a ser convidado a ser rei na Polônia mas não aceitou e graças a isso Cesky é o que é hoje . O romantismo de Cesky também decorre da história desse nobre, Rosemberg, que ficou viuvo por 3 vezes e na última tentativa de se casar novamente com princesas alemãs ele mandou pintar todo o castelo para recebe-la e deixar sua amada feliz. Eu nem queria escrever (contar) isso, mas história é fato, a princesa também veio a falecer…

Outra peculiariade sobre essa família é que eles queriam exibir a todos o seu parentesco com uma família Italiana que se chamava Ursina e então ele começou a trazer ursos para habitar o castelo (outra história – ou lenda que circula por Cesky é de que os ursos foram trazidos para fazer a ronda no castelo). Hoje ainda tem uma ursa por lá e nós tivemos a sorte de vê-la pois a área em que ela fica visível é pequena e ela gosta de passear, então nem sempre é garantido avistá-la. Mas parece que estão atrás de uma mais jovem para fazer companhia a essa que já mora no castelo, mas isso só ocorrerá quando encontrarem um (ou uma) urso de resgate… melhor assim, de início tinha ficado meio chateada com a idéia de manterem uma ursa em cativeiro por ali.
Anos depois quem assumiu o castelo foi a família Eggenberg, uma família de banqueiros. Estes então construíram mais uma parte do castelo dando a ele o toque barroco.
Tenho profunda admiração por esta família também, pois algumas gerações após eles tiveram a idéia de abrir uma cervejaria, isto em 1560 e funciona até os dias de hoje.
A cervejaria Eggenberg até oferece um tour que deve ser bacana, mas acabamos querendo ficar mais pelas ruas e trocamos esse tempo para caminhar em volta do rio, mas se você tiver mais tempo, aproveite. Mas não deixe de visitar o restaurante Pivovar onde somente neste estabelecimento é servido a opção chopp da Eggenberg.
Ao lado do restaurante tem uma lojinha de souvenirs da cervejaria, onde se encontra umas camisetas bem bacanas e adivinha, meu marido comprou um caneco lá também.

E para explicar melhor, segue abaixo nossos trajetos pelas ruas e castelo de Cesky, em meio as fotinhos vou contando um pouco deste dia lindo que tivemos por lá:
Chegamos as 10h no nosso hotel, sendo que as 10:10h já estávamos na rua novamente para não perder nenhum minutinho nesta linda cidade.

Aqui um parênteses: uma dica para quem ama chapéus como eu é ir seguindo na ruazinha depois da ponte que leva ao castelo; lá tem uma lojinha à esquerda que vende vários modelos e o mais importante: não vem com facada rsrs… procurei muito por chapéus em Praga e lá só encontrei preços exorbitantes, hehehe.
E agora, uma pequena amostra de toda a beleza deste lugar…






O castelo é formado por cerca de 40 prédios e esses foram construídos aos poucos e assim se tem uma noção bacana da evolução da arquitetura.
Depois, já dentro das dependências do castelo ficamos diante de um corredor em que tínhamos várias vistas, ali é uma “bateção de fotos sem fim” porque é muito lindo mesmo, mas nenhuma foto pode traduzir o que os olhos veem ao vivo… sugiro fortemente que você se organize e inclua essa cidade no roteiro se por acaso for a Europa.
Infelizmente não pudemos fazer a visita ao topo da torre pois não sabíamos do limite de horário (até as 17 horas), mas deve ser incrível ver esta cidade mais do alto. De qualquer forma tivemos essas vistas que nem em sonho pensei que um dia veria algo tão lindo, tanto de natureza como de arquitetura.


E como todo castelo que se preze, este também tem um belo jardim aos fundos que é digno de um piquenique, minha atividade predileta. Ah, se eu tivesse um dia à mais em Cesky…



Tudo é tão perfeito que o povo colocou uma escada para se ter uma fotinho linda com uma àrvore, inacreditável né?! Tens que ir conferir.


Depois do castelo fomos tomar um choppinho na cervejaria Eggenberg. Saindo da cervejaria inicamos a nossa voltinha pelas beiradinhas do rio.

O rio é o Moldava o mesmo que já tínhamos visto em Praga, claro que lá ele é bem mais larguinho e tem inclusive navegações de cruzeiro. Já em Cesky ele é mais do meu agrado, calmo e translúcido (sim, ele parece ser escurinho, mas isso é por conta do solo, se você chega bem pertinho da para se ver as pedrinhas).
Existe um passeio de barco bem bacana, vi um povo fazendo e achei interessante, até cobertorzinhos são oferecidos… se tiveres tempo (parece que dura +- 1hora), aproveita!

Eu não queria ir embora, foi foto atrás de foto, hehe. Amei tanto Cesky que cheguei a pensar: será que não morei aqui em uma vida passada? mais aí lembrei que penso isso em cada cidade que gosto do clima, hehe. Como dizem os terapeutas, a gente sempre quer ter nossas origens em paraísos, ninguém vai dizer que em vida passada morava na Faixa de Gaza, hehe.
Seguindo o passeio, andamos sem rumo pelas ruazinhas, sem pressa e sem medo de se perder… também, com essas torres de referência fica fácil se achar rapidinho, hehe. Queria mesmo é perder o ônibus no próximo dia, perder o passaporte e ter que viver por Cesky.

Depois demos uma passadinha no hotel, que estava pertinho, só para pegar uma manguinha a mais e poder seguir o passeio noite adentro.
Olhamos no mapinha e decidimos fazer uma voltinha bem bacana a qual indico a seguir: depois da ponte da torre colorida pegue a segunda rua a direita, chegue até a próxima ponte e siga pela costa do rio e depois retorne pela rua que as casas tem fundos pelo rio é um caminho maravilhoso.



Essa caminhada foi uma delícia, o rio Moldava parecia um espelho que no momento refletia o paraíso para meus olhos.


Esse lugar pediu uma paradinha… gente, o que era esse carrinho bem posicionado para embelezar ainda mais minha fotinho.


Normalmente a turistada faz bate-volta para Cesky a partir de Praga, o que leva 3 horas de ônibus de ida e mais 3 horas de volta. Aconselho fortemente a não fazer isso. É fundamental na minha opinião passar ao menos uma noite na cidade. Além da cidade ser linda de noite, com o castelo todo iluminado, tem a vantagem de a turistada toda já ter ido embora e as ruas ficarem quase desertas…Nós viemos de Praga, paramos em Cesky e no dia seguinte partimos para Vienna na Austria, feliz ideia.
Cesky é a segunda cidade mais visitada da República Tcheca, ficando atrás apenas de Praga.

Escolhemos um restaurante e fomos então fazer a refeição forte do dia, sim pois durante o dia não quizemos perder tempo de parar e almoçar. Muitas vezes fazemos isso mesmo, tomamos um bom café e levamos um lanchinho nas mochilas e lá final do dia jantamos bem.
O lugar que escolhemos foi o Restaurant Bar U Beijka, bem bacana e lá tomei uma sopa de alho maravilhosa que ainda sinto o gosto (e isso não é ruim, hehe).
Após a sopa de alho uma alimentação de “sustância” e com um preço razoável; gastamos para o casal o equivalente a uns 120 reais.
Depois de barriguinha cheia fomos conhecer Cesky as escuras.
Impressionante como estava linda e deserta, pois como disse, a maioria do povo não fica para à noite, sinto em dizer, mas perdem muito.
Demos algumas voltinhas e descobrimos que o castelo fica aberto para visitação à noite. Com frio na barriga (pois afinal, lá tem uma ursa rsrs) subimos novamente ao castelo.
A vista da cidade com o castelo à noite é tão linda quanto durante o dia.
E no dia seguinte tivemos que nos despedir de Cesky, com tristeza, mas felizes por termos incluído essa cidade no roteiro!
Abaixo uma foto do caminho para a rodoviária, onde se pode ver o porque não se deve levar muitas malas, hehe
Próximo post será sobre a cidade das artes e da música… a querida Vienna, na Áustria.
Até mais,
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