Puerto Varas foi nossa cidade “ponte” para as travessias entre Patagônia Chilena e Argentina. Por duas vezes estivemos em Puerto Varas nessa trip. Passamos a noite de Natal e depois na volta de Bariloche ficamos mais dois dias inteiros na cidade do Vulcão Cabulco, o qual provocou muito transtorno em maio de 2015 com vários voos cancelados (por sorte a minha viagem a Santiago na época foi dias antes e quando ele resolveu “brincar” já estava em casa; ainda bem… ou que pena).

O vulcão não é a única preocupação por lá, pelo menos a minha não era. Um ano antes de estarmos na cidade, no dia 25/12/2017 a Ilha de Chiloé que fica próxima sacudiu com um terremoto de 7,6 graus na escala Richter e o tremor se espalhou por várias cidades próximas, inclusive Puerto Varas. Uiuiui, ainda bem que não tremeu nadinha na minha estadia. Os tremores são comuns por lá e o maior terremoto até hoje registrado no mundo foi perto dali, na cidade de Valdívia, a mais de 50 anos registrou 9,5 graus na escala Richter
Perguntei a alguns moradores como era conviver com terremotos e um vulcão em atividade na cidade além de mais outros 2 mil vulcões nos arredores, sendo que destes mais de 200 estão em atividade, e a resposta deles geralmente era: “és normal”. Essas pessoas nos ensinam muito com o respeito que tem pela natureza e sobre recomeços. Me impressionou o como falavam das tragédias, não em tom de raiva, mas de respeito e até uma certa contentamento.
E para embelezar a cidade e mostrar boas coisas eles plantam rosas por todo lado e assim Puerto Varas ficou conhecida como a cidade das rosas.
Para chegar a Puerto Varas por ar o aeroporto mais próximo é o de Puerto Montt a 25km dali. Chegamos lá no dia 24 de dezembro e partimos dia 31 de dezembro. Nesse meio tempo fomos a Bariloche cruzando as cordilheiras por terra. Também existe a opção de ir a Bariloche pelos lagos, fazendo o famoso Cruceandino (dessa experiência fizemos uma parte, até o povoado de Peulla. Para mais detalhes sobre este passeio, veja no link: https://fridaviaja.com/2018/01/14/voar-navegar-e-busar-pela-cordilheira-dos-andes/)
Segue um relato de meus dias em Puerto Varas e do passeio a cidade vizinha de Frutillar.
Chegamos em Puerto Varas na tarde de 24 de dezembro para passar a Noite de Natal por lá. Foi lindo, graças ao nosso hotel tivemos uma ceia linda e com uma vista espetacular.

O hotel que ficamos foi o Boutique Ignacia Villoria.
Esse hotel tem essa vista linda para o Lago Llanquihue, quartos grandes, ótima localização e café da manhã maravilhoso. Foi uma bela estadia. Recomendo!
Custo da suíte para casal com café da manhã: R$ 250,00.
Segue o site deles: http://www.hotelignaciavilloria.cl/
Como podem ver o café da manhã teve cuca (típico de uma cidade de imigrantes alemães), o que me fez sentir em casa naquela manhã de Natal.
Depois desse café partimos a Bariloche e retornamos dia 28 de dezembro e dessa vez para explorar turísticamente a cidade e arredores.
No dia 28, fomos a cidade vizinha de Frutillar com os famosos micro ônibus 🚎 azuis, bem simplinhos. Partimos do centro de Puerto Varas, num percurso de 28 km e a passagem custa o equivalente R$ 5,00.
Os ônibus são bem simples e confesso que na autoestrada fiquei com um pouquinho de medo pois a velocidade não era nada compatível com a segurança fornecida pelo Bluebus, mas era o que tinha pro dia, hehehe.
Frutillar, cidade chilena do moranguinho e da imigração alemã, assim como as cidades ao redor, também foi fundada pelo governo de Manuel Montt; nessa época os colonos alemães tomaram a cidade e construiram suas casas e assim até hoje se mantém vivo por lá a cultura alemã.
Frutillar inclusive tem um museu para homenagear os imigrantes alemães. O museu é lindo e tem custo de R$ 15,00 para adultos. Como tínhamos pouco tempo e crescemos vendo e segurando uma enxada, seguimos andando.
O Museo Colonial Alemán fica aberto para visitação das 9h as 17:30 hrs.
Museo Colonial Alemán
A cidade é uma gracinha, perfeita para uma caminhada ao redor do lago Llanquihue, de onde se tem bela vista do vulcão Osorno e do cerro Tronador.
Como o dia que fomos estava chovendo e nublado não conseguimos ver o vulcão no outro lado do lago, mas no dia seguinte fomos recompesados quando fizemos o Cruceandino e acabamos vendo o vulcão muito mais perto, hehe. Em breve vem post desse passeio também.



Frutillar é uma cidade de apenas 5 mil habitantes e mesmo assim tem um teatro desse tamanho. Esse teatro cedia um importante encontro musical anual, o Semana Musicales, que reúne músicos importantes do Chile e do mundo.
Caminhamos ao redor do teatro e pelas janelas vi um ensaio; fiquei encantada, escutar o violino com uma vista naquele lago foi maravilhoso.



O que também faz parte do turismo por lá é uma caminhada ao redor do lago e pelas ruas acima que tem várias casas muito bonitas com forte influência alemã.
Essa abaixo em especial, vai ser guardada para um plano futuro, a casa ideal para uma vida no campo. linda linda.
Outras obras da arquitetura “Chilemã”



Para o almoço escolhemos o La Terraza del Volcán. Saborosa escolha!
Abaixo o cardápio do dia:
O ambiente é bom e se tem uma bela vista do lago. O restaurante fica uma rua acima da do lago. Saboreamos uma bela entrada de camarão, depois os pratos principais e finalizamos com a sobremesa cortesia da casa, um típico doce alemão de pêsssego em conserva.
Depois caminhamos um pouco mais e nos despedimos de Frutillar com essa vista acima.
Pegamos o ônibus azul e retornamos a Puerto Varas.
Nessa segunda passada pela cidade das rosas ficamos hospedados no Hotel Boutique Bervilla.
Alugamos uma confortável suíte por R$ 250,00 diária. Dormimos e acordamos com uma bela vista para o lago.

Falando em comida, abaixo minhas indicações para Puerto Varas:
Don Jorge restaurante:

Esse restaurante não é turístico, é mais frequentado pelos locais. Fica no centro uma quadra além da rua principal onde os restaurantes custam mais caro e sempre estão lotados.
A rua é a Walker Martínez 561 e vale muito andar até lá, pelo custo e sabor. Recomendo. Abaixo o cardápio.
Outra boa dica é o Pub Porto Varas, que é perfeito para uns petiscos e um chopp ao final do dia. A vista é essa da foto:

Aliás, aproveitando o gancho da foto do pôr do sol, gostaria de comentar que os dias de verão nessa parte da Patagônia são longos (não tanto quanto em Ushuaia onde amanhece as 4h e o sol se põe as 23h), anoitecendo depois das 21:30 hrs. Isso é muito bom pois se aproveita muito bem o dia.
Quem quer economizar ou até mesmo para curtir um vinho no hotel pode ir ao supermercado que vende várias comidinhas prontas.
E depois dessas passadas em restaurantes é sempre bom uma caminhadinha, não é mesmo?
Aproveite a orla da cidade das rosas. Se estiver com sorte pode presenciar alguma apresentação musical por ali, para dar ainda mais encanto ao lugar.
O que também é imperdível é uma passadinha para conhecer o artesanato local que é muito rico culturalmente e de muito bom gosto.

Mais a esquerda do centro na orla do lago, tem outra feira de artesanato, essa não tão focada em roupas, também vale muito uma visita.
Depois de dois dias entre a cidade das rosas e do moranguinho tomamos o voo de volta a Santiago. Mas antes de finalizarmos os posts dessa trip, teremos o último que será sobre o passeio principal a quem fica em Puerto Varas: o Cruceandino, a travessia de barco pelos Lagos até Bariloche. Em breve o post.
Por enquanto me despeço com as vistas que tivemos no caminho para o Cruceandino.


Até mais Fridinhos e Fridinhas; me aguardem com histórias e dicas do Lago de Todos Los Santos.
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